Cientistas encontram primeiro exemplo de arte comprovadamente feita por neandertais


Investigadores que trabalham em Gibraltar, na Península Ibérica, descobriram o que seria a primeira obra artística feita comprovadamente por neandertais já encontrada. Uma gravura esculpida na rocha de uma gruta próxima ao Mediterrâneo conhecida como Caverna de Gorham é uma evidência de que nossos antigos parentes eram, assim como o Homo sapiens, capazes de conceber abstrações.

A descoberta fortalece a teoria, cada vez mais aceita, de que os neandertais tinham habilidades cognitivas muito semelhantes às nossas.

A gravura, encontrada no fundo da gruta, tem cerca de 300cm² e é composta de 13 linhas sulcadas profundamente na rocha, cruzando-se na horizontal e na vertical (como “hashtags“), e não pode ser produto de erosão ou outro fenômeno natural. Diferentemente de outros artefatos supostamente feitos por neandertais, cuja origem é objeto de discussão (já que muitos pesquisadores defendem que podem ter sido feitos por Homo sapiens), a gravura tem na sua idade uma evidência importante de que foram feitas por nossos primos distantes. O fundo da gruta estava sob uma camada de ferramentas feitas por neandertais, datadas de 39 mil anos atrás. Os humanos modernos só chegaram a Gibraltar muito depois.Gorhams_Cave

Embora não tenham a beleza estética das pinturas rupestres feitas por humanos nos sítios de Chauvet e Lascaux, na França, a gravura neandertal assemelha-se a evidências mais antigas de arte humana, também compostas de formas geométricas mais simples. E o mais importante: a arte em Gorham pode ter sido criada para codificar informação.

“Esta gravura representa um projeto deliberadamente concebido para ser visto por seu criador Neandertal e, considerando seu tamanho e localização, por outros na caverna também.”, explicam os pesquisadores, coordenados pelo diretor do Museu de Gibraltar, Clive Finlayson.

Os resultados dos trabalhos desta sensacional descoberta foram publicados no informe da Academia de Ciências Norte-Americana (PNAS), nesta segunda-feira, 1º.

Fonte: Scientific American

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